quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Nós, tatus-bolas.

Viver é uma arte, e dela faz parte sermos alegres ou tristes. Um grandioso espetáculo para o qual somos convidados antes de nos conhecermos. Um evento exclusivo onde estamos juntos e, por nossa própria conta. Aprendemos ou desaprendemos, contemplativos, participantes ou de olhos cerrados. Renegamos o certo, aceitamos o errado. Nos perdemos e, às vezes, somos encontrados. Não reconhecemos sempre, mas somos abençoados, por termos amigos que sorriem e sofrem ao nosso lado. E esses amigos se reconhecem até no meio de uma tempestade, ou no frio de uma longa ausência. Com a anuência de sermos humanos, falíveis e passíveis de acertos. Com a petulância de desconhecer que nada conhecemos, na ânsia de parecermos sábios de galocha. Perdidos como um tatu-bola em uma partida de bocha.


sábado, 11 de agosto de 2007

Mascate (11082007 DF)

Vendo palavras usadas,
Quase novas.

Vendo a venda que me vendava os olhos
Enquanto levavam minha alma vendida.

Vendo emoções usadas de todos os tipos e tamanhos,
Para todos os momentos da vida.

Vendo conhecimentos profundos e tacanhos,
E histórias que nunca seriam mesmo lidas.

Vendo emoções novas ainda na caixa,
Com nota fiscal, mas sem garantia.
Dou de brinde um pacotinho de sorrisos
Amarelados pela validade vencida.
Compre de mim a honestidade digna de ser sua,
A verdade despida, crua,
Mal assada, ou ao ponto.
- Verdade não é se for passada,
Apenas malfadada recordação,
Argumentação frustrada,
Como toda tentativa, em vão.

Vendo tudo isso, não nego.
Vendo, mas não entrego!