terça-feira, 25 de setembro de 2007

Ministéricos (DF - Onde mais? - 25092007)




Na política
Não existe espaço para a poesia,
Apenas para os esquemas.
Eles estão para ela
Assim como estão para os poetas
Os poemas.




domingo, 16 de setembro de 2007

... (DF, 16092007)

O verso é a mais bela ilusão de controle.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Esses “homens” públicos e seus votos secretos. (DF, 13092007)

Hoje, um dia depois de mais uma vergonha digna de republiqueta, ouço muito falar no “suicídio político” do Senado. Ao absolver um “colega” comprovadamente envolvido em irregularidades, os Senadores da República deixaram claro para o resto da população (resto mesmo, é como me sinto), que se existem duas palavras totalmente dicotômicas essas são “decoro” e “parlamentar”. Mas venhamos e convenhamos: era uma tragédia anunciada. Diante da defesa do absurdo voto secreto, nada se poderia esperar diferente de covardia e canalhice. Para mim é uma questão simples: se dita “coisa” é pública, públicos precisam ser seus históricos, suas posições (nisso incluem-se os votos) e suas contas (a não ser, logicamente, nos casos de segurança nacional – a serem previamente muito bem definidos.). Fora isso, é papo para soneca de bovino. Da questão do “suicídio político”, discordo: O “banzai” foi gritado bem antes, nas urnas eletrônicas, e os kamikazes fomos nós mesmos. Não creio na existência de um problema de “clima” no Senado para votações daqui para diante, como querem fazer parecer. A maioria do bando sempre acaba se entendendo, bastando para isso acertarem os valores (financeiros, é claro. São os únicos importantes para essa “gente”). Perguntado sobre a crise, o Presidente da REBUblica deu a entender se tratar de um problema interno, dizendo que “desde que o Senado voltasse a funcionar, tudo estaria bem” . Depois de declarar não acreditar na existência do “mensalão”, apenas de “pequenas corrupções isoladas” não se poderia mesmo esperar outra coisa.
É no mínimo triste ver um sujeito ir diante das câmeras bradar contra a corrupção e a impunidade, acenando com a cassação para “reafirmar a ética da casa” para depois esconder-se atrás do voto (ou da omissão de uma abstenção), dando vazão ao mais imundo corporativismo e transformando o Senado em um trenó, comandado por Renan e suas renas. A diferença da história infantil é que dentre elas não existe nenhuma com o nariz vermelho. Este está mesmo é na cara do cidadão.




Depois disso, só me resta fechar com uma homenagem a um crítico contumaz dessa bandalheira:

Chique-Chico (DF 13092007)

Quando, criança, fazia arte,
Por vezes a mãe rezava para meu futuro
Manter manhas e artimanhas à parte.
“- Êita menino danado! Saiu aos seus parentes,
Não aos meus!”- bulia com o pai.
Hoje, quem acompanha esse pequeno servo de Deus?
Os amigos fiéis, parentes ou não,
Ou apenas aqueles a quem prometeu estender a mão?
Velado?
Escancarado?
Qual o interesse motiva essa lealdade?
Ânsia pelo sucesso esperado,
Caçado como deveriam ser
Senadores ao invés de focas,
Mortas enquanto o Senado
Absolve a si mesmo no breu das docas.
É, cito Chico,
O Buarque,
A boa arte do Brasil,
Não da Holanda graças a Deus!
Mas, reconheço, se assim fosse
Os personagens seus não pagariam tão alto preço.
Fosse o Chico mesmo da Holanda
- Para dar à conversa um começo -
Teria ela a poesia tão à flor da pele
Que seria até capaz de por ele dobrar seu ele.
Ninguém por lá morreria na contramão
Atrapalhando o sábado,
Geni não mais se sacrificaria,
Deitando com o homem do Zepelim
Para salvar você ou a mim,
Os cavalos falariam não apenas inglês ,
Mas também holandês, frisão, alemão e francês,
E todos por lá seriam heróis.
Mas, por aqui “O que será?” viraria “O que seria...”,
“O que seria de nós?”