terça-feira, 26 de agosto de 2008

Desencontro Marcado



















Se eu jurar que não te amo
Se eu conseguir te convencer
Será que você pode repensar
E vir aqui, me ver?
Pode vir agora,
Para as horas não é tarde,
Apenas para nós
Faz-se o tempo um alcaide.
Venha sem medo:
Quem te assustava tanto
Não mora mais aqui
E não volta tão cedo.
Estaremos, portanto, juntos e a sós.
De nós desatados,
Pelo amor de Deus, acolhidos,
Pelo nosso, desapegados.


sábado, 23 de agosto de 2008

Pensamento de um gordinho...

"Estou em paz com o mundo,

afinal,

nós dois somos

redondos."



*PS> Antes que algum movimento em defesa das criaturas GG ou coisa parecida se manifeste por eu ser politicamente incorreto, esclareço que o "gordinho" em questão sou eu mesmo. Então, a barriga é minha (estou redondamente certo disso) e eu falo dela do jeito que quiser. Quem não gostar, com todo o respeito, vá se f...

Eu e minhas idéias...

Sempre li sonetos. São difíceis de dizer sem aquele tom declamatório, por causa da rígida métrica. Para quem não sabe, cada uma das quatorze linhas de um soneto é composta por dez ou doze sílabas poéticas (não é a mesma separação de sílabas utilizada por nós normalmente). Não vou me alongar para não ficar chato, mas acabei descobrindo que o soneto de doze sílabas(ou dodecassílabo) é também chamado de Alexandrino. Acham o quê? Tive que tentar escrever um, ora bolas. Então, um Alexandrino... Por Alexandre.

Alugado


Hoje passei um dia muito esquisito,

Coalhado numa angústia retinta.

Tomaram-me crenças em que não acredito

- Talvez a mente para mim mesmo minta.


“Coisas” de gente dum pensar erudito

Cujo sentir nada mais saiba ou sinta.

Emprestei então o meu peito contrito

À angústia esvicerada e faminta


Cercou-me, acinturando-me o plexo;

Reles, e emocionadamente sucinta,

Num taciturno e insular amplexo.


Por fim, em sua retina vi meu reflexo.

E ouvi da face pálida e distinta

Um sussurro conformado e desconexo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pausa para a faxina

Ando tentando escrever, não consigo. Tenho vontade, mas os pensamentos passam muito rapidamente, acima da capacidade da fotocélula do meu radar. Vi umas teias por aqui e resolvi limpar um pouco. Estou olhando as janelas, tudo ok. As entradas são permitidas, podem usar a porta da frente. Vejo que trabalhamos e estudamos, tentamos ganhar mais dinheiro das formas ao nosso alcance... Pelo menos sigamos os bons exemplos (Que não são necessariamente os que deram certo). Acusam a vida não ser justa. Ouço-a retrucar: “-Não sou mesmo. A JUSTIÇA não é justa, ou não cederia tanto. Parece mais um tecido surrado e esgarçado!”. Escutei ontem, por acaso (Acreditem...), uma abastada senhora reclamando da vida. Nunca vi ninguém questionar se merece as dádivas recebidas. A vida, graças a Deus é feita de curvas, alguns retornos e muitos pedágios. Mas não se iludam. Não ansiamos tanto assim por felicidade, dinheiro, fama, sucesso, saúde, paz, amor... O que caçamos, desesperadamente, é um animal chamado “tempo”.