segunda-feira, 23 de maio de 2011
MEC – Minixtério da Educassão e Cutura
Há algum tempo atrás eu escrevi aqui no blog sobre o analfabetismo funcional, certo? Errado! O uso de “Há algum tempo” dispensa o redundante emprego da palavra “atrás”. Ou será que não? Ao que parece, o MEC está querendo mesmo é dispensar o uso de professores. Seguindo o exemplo do monstro criado pela omissão do governo em avaliar os estudantes (que produziu aberrações como crianças analfabetas cursando a quinta série), outra ameaça paira sobre a educação no Brasil: Uma corrente de pseudo-intelectuais defende, em livros chancelados e distribuídos pelo MEC, os mais absurdos “conceitos”. Em matéria intitulada “Os adversários do bom português” publicada pela revista Veja, edição 2218, as repórteres Renata Betti e Roberta de Abreu Lima revelam trechos dos livros didáticos nos quais os estudantes são encorajados a falar errado. Pérolas como “Você pode estar se perguntando: Mas eu posso falar ‘os livro’? Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação você corre o risco de ser vítima de preconceito lingüístico...”. Em um sistema lógico, tudo começa pelo ensino. É o ponto de partida para a formação de cidadãos conscientes e profissionais qualificados. Essa equação atrai o desenvolvimento social, cultural e econômico. No caso do Brasil, parece um bullying cultural (usando a palavra da moda para justificar a conduta de sociopatas e a incompetência dos pais): O vernáculo pode ser maltratado à vontade, mas as crianças não podem ser traumatizadas com reprovações ou mesmo correções. Ok, deixemos as crianças crescerem e então terem idade suficiente para serem ridicularizadas em entrevistas de empregos, concursos, vestibulares ou em uma simples comparação com os níveis culturais dos nossos vizinhos “menos desenvolvidos”, aqui mesmo na América do Sul. Quem ganha com isso? Fácil: Alguém que precisa de eleitores iletrados.
segunda-feira, 2 de maio de 2011
O avesso (Alexandre Damasceno)
Se todo o meu tempo
No mundo
Fosse pra você
E todos meus pensamentos
Tivesse que te dizer
Meus mais profundos segredos
Meus medos
Seriam, num estalar de dedos,
Seus;
E eu
Não seria
Mais eu.
Por isso bata na porta,
Toque a campainha
Quando quiser entrar;
Pois a alma
É uma casinha
Onde só uma pessoa
Pode morar.
Não queira domar
Meu desejo,
Me comprar com um beijo
Ou me vender,
Me trocar;
Como aquela roupa
Que, no provador,
Você jurou gostar.
Eu te vi pelo espelho
E minha pele lhe caía bem,
Mas o que ela vale
Nem você,
Nem ninguém tem.
É foda:
Por isso hoje estou fora de moda.
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