Em um quarto de hotel,
As coisas espalhadas.
O copo vazio
- Não meio cheio.
E eu tentando juntar-me.
Celular, ipod, laptop conectados
Eu não:
Umplugged do mundo,
Olho o céu escuro de São Paulo.
São nove horas no oitavo andar.
Ponho-me a perambular,
Ir, voltar e batucar nas teclas
O som das idéias tentando fugir.
Capturo algumas.
Outras realmente se perdem,
Como a de hoje, na sala de embarque.
Era linda,
Mas eu não registrei,
Não a sussurrei no gravador do celular
Não fiz nenhuma mísera anotação,
Sequer um garrancho
Em um pedaço amassado de papel.
E agora ela está irremediavelmente perdida
Como a luz no escuro desse céu.
Eu a perdi como se perdem
Todos os possíveis grandes amores:
Não disse que a queria,
O quanto era importante para mim,
Quanto significado carregava
Em suas poucas palavras,
Em sua efêmera história.
Definitivamente,
Meu coração odeia minha memória.
Um comentário:
Que bom que voltou a publicar :)
Adorei os comentários.
Vou voltar a passear por essas bandas daqui.
Abs,
David
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