Ancorei minhas verdades
Em um porto de metáforas,
Enquanto partia meu coração
Em uma prosopopéica odisséia
De pleonasmos múltiplos
Que se contorciam,
Emaranhavam-se,
Esfregavam-se,
Entregavam-se em uma orgia de línguas estranhas,
A revirar suas entranhas
Na tentativa de extrair esperança
Dum um último suspiro,
A derradeira concordância.
Viro quase uma preposição,
Sem disposição
Para qualquer posicionamento.
Uma voz passiva,
Quase muda
Sussurra imperativos obscenos,
Paulatinamente embuçados
Pelo véu das palavras não ditas,
Dos verbos não conjugados.
Só resta o ponto final,
Impotente,
Essa exclamação sem pau
Que não leva nada aos “finalmentes”.
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