terça-feira, 29 de junho de 2010

Despedida (DF, 29062010)


Vou embora.


Já estou atrasado para rir de tudo,


Jogar fora as fotos


Que ora tomam espaço sobre o criado-mudo.


Não faço a mínima questão de ocupar


Minhas memórias com suas máximas.


Tenho pás ao invés de mãos,


E um coração livre de arrependimentos.


E isso é tudo que preciso para enterrar nossos momentos


Nas covas de seu falso sorriso.


Dedicar-te-ei estas últimas linhas


Apenas para dizer que, de você,


A ausência é o maior presente.


Não há mais gestos cujos gastos justifiquem-se.


Nada sobrou: Nem pena, tampouco pedras,


Qualquer saudade,


Ou mesmo um pingo sequer de maldade.


Sei que não será fácil,


Mas aceite estas palavras minhas.


Elas são a verdade que falta


Entre as breves linhas do seu epitáfio.



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