Quando era criança,
Tinha tempo para ver o tempo passar
Era brincadeira o sol,
O sal,
O céu,
O mar.
O projeto que hoje a vida permeia
Era apenas um belo,
Singelo castelo nas brancas areias do Grumari.
O, hoje, cidadão,
Um guri de cabelos desgrenhados
Com balde e pá nas mãos,
Acompanhando o movimento ritmado
Dos ventos e das marés
Com os pés dentro d’água,
Sem mágoas cheias ou vazantes,
Passado em fotos nas cabeceiras,
Paredes, estantes.
As crianças não são
Simples seres humanos.
Vejo-as brincar intimamente
Com as belezas do mundo
E aquele instante
Parece durar eternamente.
Vejo meu reflexo
Naqueles olhos sempre atentos:
Os olhos das verdadeiras donas do tempo.
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