domingo, 15 de fevereiro de 2009

A poesia em julgamento (e alguma coisa da sexta semana)

Ok, estou na madrugada de domingo. Era para dizer algo sobre a sexta semana de treinamento, então vou rápido: Cansado ainda com a nova série,  e acabei pesando 100 gramas a mais. Exagerei um pouco no final de semana e a musculação também deve ter ajudado. 
Mas algo acabou por me incomodar muito mais do que qualquer dor muscular ou balança: Faço parte de algumas comunidades no orkut cujo assunto é poesia. Todas têm, nos fóruns, tópicos onde o participante publica sua poesia e critica a anterior. Confesso que cheguei a publicar algumas, pelas quais recebi críticas amáveis. Comecei a ler os tópicos com mais atenção e achei tudo muito sem sentido. Não gosto de criticar a poesia alheia (a não ser que a pessoa pergunte diretamente a minha opinião), pelo simples fato de que não me considero capaz para tal. A poesia é uma manifestação pessoal: Não importa se tem métrica ou não, se é bonita, feia, mais ou menos... Para mim, a pessoa que tem coragem de se arriscar e expor-se já merece respeito. No mais os sentimentos são dela, quem sou eu para julgar como dizê-los? Leio e gosto ou não. No primeiro caso, acabo lendo várias vezes. No segundo, leio mais algumas. Posso ter falhado em captar as palavras. Em um dos fóruns, um participante gabava-se da sua métrica  e cultura, depreciando os poemas sem rimas e métrica. Abusava do pernosticismo, recheando seus versos com verbetes de dicionário. Não vem ao caso minha opinião sobre a obra do indivíduo. Muitas vezes as pessoas lêem os meus escritos, dizem ter entendido, e explicam-me tintin por tintin algo que nunca passou pela minha cabeça enquanto escrevia. Fico feliz. Ler poesia é um exercício do momento de cada um. Li uma poesia minha escrita em 2000 e tive um sentimento totalmente diferente do original. Prefiro sempre receber um "não gostei" a um "não entendi". Aprendi assim: A poesia não é nossa. É sempre de quem lê.

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