Lentamente fecham-se as cortinas
Enquanto desce as escadas,
Dissolvendo-se na escuridão rumo à coxia.
Uma breve pausa no caminho
Para lançar o olhar cansado sobre os ombros
Como a tentar alcançar um passado, recente,
Mas, inapelavelmente passado.
Cai uma lágrima,
Enquanto aperta contra o peito
A bolsa de couro rústico,
Sua herança de memórias,
Alegrias, tristezas e tudo mais
A que se permitem os humanos.
A cortina abre-se novamente
E a claridade explode em sons,
Sinos e cânticos, estilhaçando-se
Em cores, cheiros e sabores de festa,
Empurrando-o de vez para os bastidores.
É o que resta:
Tempo de descansar.
É hora de deixar outro ano brilhar.